sexta-feira, maio 20, 2005

Sobre o lixo

Eu estava pensando agora...os ventos fortes como os tufões e furacões tem a função de varrer, as grandes ondas como as tsunamis tem a função de lavar, os incêndios naturais e as erupções vulcânicas tem a função de reduzir o que é tangível ao pó e os terremotos tem a função de chacoalhar as estruturas figurativa e literalmente para eliminar a falsa sensação de segurança. Todos esses fenômenos são agentes depurativos da natureza, mecanismos de defesa que nosso planeta tem para de quando em quando se auto-reciclar. Sem querer soar profética e bíblica e já soando, enquanto a consciência disso não for algo muito enraizado nos nossos hábitos e continuarmos a agir como se todo o lixo que produzimos não fosse um problema individual e sim coletivo, continuarão a aumentar a intensidade e freqüência de tais fenômenos, que são apenas manifestações do planeta em seu ímpeto de sobrevivência. Enquanto não considerarmos , de fato, o planeta em que vivemos nossa casa e e cuidarmos dele com o mesmo zelo com que cuidamos de nossos imóveis, nos tornaremos cada vez mais reféns dentro do nosso próprio lar que é a terra. Esse lixo todo que acumulamos a meu ver, inclui não apenas o físico, orgânico e reciclável como também o lixo emocional, sonoro, visual enfim, todo aquele tipo de lixo que o ser humano tem a criatividade e capacidade de produzir e que vai acumulando e sem perceber intoxica a si e tudo que lhe circunda. Isso não é um sermão, nem tive a intenção de soar didática (apesar de estar soando), mas pensei sobre isso hoje, e para não acumular essa reflexão, me livro dela imprimindo aqui.

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