Sempre senti as coisas num tom acima do mundano, sempre tive percepções exageradas. Tudo sempre teve, pra mim, uma dimensão maior e mais importante. Talvez seja o medo de passar pela vida em branco, de não ter importância pro mundo, de não tocar as pessoas intimamente. Me excedo nas reações, nos impulsos, nas discussões porque talvez queira estar demais presente e participante. Quero ter uma visão geral para saber onde me encontro e ao mesmo tempo quero ir me encontrando a medida que me busco. Eu sei que é pretensioso, que é até clichê, mas como não ser protagonista da minha própria vida? Eu que escolhi o palco como forma de sustento, tenho que me forçar a sustentar essa vocação para estar no foco, no prumo, o tempo todo ao longo da vida.
Sobre o mais corriqueiro e sempre inédito: amores e paixões. Minha primeira paixão foi aos três, pelo Elvis Presley. Lembro-me nitidamente do sofrimento de vê-lo na foto, tentar beijá-lo e não tê-lo ali presente. Doía, uma dor física. Lembro-me da dimensão e da intensidade que aquilo tinha e era , aos três, como é hoje aos vinte e oito. Depois amei de novo aos seis, aos quatorze foi devastador e hoje mais ainda. Isso não se dá somente nos amores, nas paixões. Em tudo eu extrapolo, em comer, em pensar, em preocupar-me, em perceber. Quando estou em um ambiente tumultuado, quero tanto perceber tudo a volta que saio exaurida, saio eu tumultuada. Quase sempre. Quando estou cansada demais, me faço de distraída para me poupar. Alieno-me voluntariamente. Será que não aprenderei nunca a ser comedida? Não saberei nunca simplesmente olhar sem ter que ver demais? A querer sem fazer questão demais? Que sina é essa ? Talvez seja essa vocação mesmo pro drama. Talvez seja uma vocação quase espiritual, uma entrega incondicional ao existir, ao aqui e agora, um vício em estar demais. Preciso urgentemente tomar espaço no mundo por eu mesma antes que o mundo não caiba mais em mim. Preciso parar de escrever agora, mesmo querendo dizer mais sempre. Preciso continuar a existir fora do papel agora. Preciso ir ali no mundo agora e quando ele voltar a transbordar em mim, volto a dizer ou a cantar ou a sentir o quanto ele é sempre demais em mim.
Sobre o mais corriqueiro e sempre inédito: amores e paixões. Minha primeira paixão foi aos três, pelo Elvis Presley. Lembro-me nitidamente do sofrimento de vê-lo na foto, tentar beijá-lo e não tê-lo ali presente. Doía, uma dor física. Lembro-me da dimensão e da intensidade que aquilo tinha e era , aos três, como é hoje aos vinte e oito. Depois amei de novo aos seis, aos quatorze foi devastador e hoje mais ainda. Isso não se dá somente nos amores, nas paixões. Em tudo eu extrapolo, em comer, em pensar, em preocupar-me, em perceber. Quando estou em um ambiente tumultuado, quero tanto perceber tudo a volta que saio exaurida, saio eu tumultuada. Quase sempre. Quando estou cansada demais, me faço de distraída para me poupar. Alieno-me voluntariamente. Será que não aprenderei nunca a ser comedida? Não saberei nunca simplesmente olhar sem ter que ver demais? A querer sem fazer questão demais? Que sina é essa ? Talvez seja essa vocação mesmo pro drama. Talvez seja uma vocação quase espiritual, uma entrega incondicional ao existir, ao aqui e agora, um vício em estar demais. Preciso urgentemente tomar espaço no mundo por eu mesma antes que o mundo não caiba mais em mim. Preciso parar de escrever agora, mesmo querendo dizer mais sempre. Preciso continuar a existir fora do papel agora. Preciso ir ali no mundo agora e quando ele voltar a transbordar em mim, volto a dizer ou a cantar ou a sentir o quanto ele é sempre demais em mim.
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